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Uma das coisas deliciosas que me aconteceu, após a maternidade, foi começar a levar minha criança ao cinema.
Sempre adorei um bom filme. O cinema sempre esteve presente em minha vida, começando pelo antigo Cine Candelária, na Praça Raul Soares, onde meu pai costumava nos levar pra vermos as sessões matinais de Tom e Jerry, aos domingos. Naquela época não havia tanta tecnologia na tela, mas o divertimento era certo. Acho que meu pai contribuiu muito pra que esse gosto ficasse pra sempre.
Depois que meu filho nasceu, voltei aos filmes infantis, que não faziam mais parte de meu repertório. Afinal, quem vai ao cinema ver desenho se não for pra levar sua criança?
Há uns seis anos tenho visto filmes incríveis e me divertido bastante. Às vezes a emoção é intensa, como aconteceu neste sábado... feriado prolongado, desde quinta o pedido é o mesmo, ir ao cinema ver o filme do dragão...a preguiça materna andava grande, com uma lista de coisas pra resolver, principalmente arrumações de espaço.
No sábado, resolvi não adiar mais o pedido, feito com tanta vontade. Lá fomos nós aprender como treinar um dragão imaginário...mas não é isso que aprendemos quando vamos pra análise? Pelo menos o assunto me parecia ser familiar...
Diante de uma tela em 3D, que fazia o dragão parecer entrar em mim, vivi horas intensas de emoção, diante de um desenho feito com tanta qualidade, que quase me convenceu ser uma história real. Apaixonei-me pelo enredo, pela troca de olhares entre o menino e o dragão, pela sensibilidade infantil que consegue estabelecer laços com qualquer ser que demonstre o mínimo de afeto.
Saí do cinema tão feliz com o programa e por ter a possibilidade de estar ali, com a minha criança, que ganhei o sábado de aleluia e o mês inteiro de abril, que estava apenas começando.
Saí pensando que levar a criança ao cinema é uma das melhores coisas que podemos fazer por nós mesmos. E que a gente nem pensa muito nisso, quer dizer, quando não temos um convite nem ficamos sabendo de um filme imperdível em cartaz, como o de hoje, como Ratatouille, como tantos outros que acrescentam tanto ao nosso cotidiano.
Acho que se não temos uma criança pra levarmos ao cinema, temos que inventar uma. As crianças não inventam amigos imaginários? Pois de hoje em diante fica decretado: se você não tem uma criança pra levar ao cinema, invente a sua: um sobrinho, um afilhado, o filho de uma amiga, ou um filho imaginário! Mas não fique de fora desse mundo.
Mais que aprender a treinar um dragão, é preciso ainda aprender a dar cordas à imaginação.
Agora, com licença, vou me retirar porque tenho que levar um dragão pra cama que está aqui, perto de mim, morrendo de sono. Acreditem, ele acabou me seguindo do cinema até aqui em casa...e eu ganhei o mundo com isso!
(filme: Como treinar seu dragão/animação da DreamWorks Animation)
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