segunda-feira, 29 de novembro de 2010

É preciso...

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...é preciso ainda muito, enquanto estamos por aqui...

Poema da Necessidade...um dos poemas de Drummond que mais gosto...


domingo, 28 de novembro de 2010

Nostalgia

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...quando o Rio era o da minha saudade...onde, pela primeira vez, vi o mar...sem ter passos em equilíbrio o bastante pra ir até ele, levada pela mão do pai, que desenhou minha infância com castelos de areia, pra onde sempre retorno quando quero sonhar.

domingo, 21 de novembro de 2010

"Se tudo pode acontecer"



...desde menina ela tinha a mania de acreditar que qualquer coisa que imaginasse pudesse acontecer...brincava, então, com isso...fechava os olhos e via o avô chegar, nas manhãs de domingo, pra chamá-la pra passear pela cidade...e ela ia, sentindo o vento soprar os ares de felicidade em seu rosto, enquanto o carro explorava as ruas dos bairros vizinhos e o vento entrava pela janela, que naquela época podia estar aberta o tempo todo, por isso as surpresas surgiam muito mais do que agora. A distração, da janela do carro, também era outra, naqueles tempos. Havia movimento de verdade e ela podia pedir o avô pra parar, podia descer, podia ir olhar de perto qualquer coisa que visse na rua e que despertasse sua curiosidade.

...desde menina foi curiosa com a vida...cresceu assim, com os sentidos tão abertos que nem sempre cabia tudo dentro dela...aprendeu a dar forma às coisas que recolheu durante os passeios com o avô e com os que vieram depois compartilhar do seu jeito de descobrir o mundo, pra ter diante dos olhos suas lembranças e descobertas...

...continua brincando de imaginar que tudo pode acontecer...todo mês, quando a lua cresce diante dos seus olhos e arredonda um pedaço do céu, finge que o céu se tornou dela e que a lua está ao seu alcance...e que se olhar pra lua cheia com muita vontade, qualquer coisa que pensar, vai acontecer...qualquer coisa...até encontrar na superfície da lua um grão de amor, que ela vai recolher e levar pra casa, como fazia nos passeios de sua vida de menina.
(da Série: "O amor de cada um", n.6)  



Se tudo pode acontecer/ Arnaldo Antunes



Grão de amor/ Arnaldo Antunes

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"José e Pilar"

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..Sempre gostei de ler, desde muito pequena. Desde quando me foi possível decifrar as letras que compunham palavras que enfeitavam frases que se tornavam uma escrita a ilustrar livros...

O primeiro livro de Saramago que li foi "O Evangelho Segundo Jesus Cristo". Li mais de uma vez, na verdade, com um certo intervalo de alguns anos, tamanho o impacto que teve sobre mim. Um autor que se tornou um de meus prediletos.

Minha cunhada, certa vez, voltando dos Estados Unidos, teve sua mala extraviada, ou melhor, subtraída por alguém ciente de seu conteúdo. Nenhuma mala "desinteressante" tem seu  destino interrompido, a não ser que desperte a cobiça alheia que espreita os aeroportos espalhados pelo mundo. Difícil calcular a indenização, dizia ela ao me contar esse caso ...principalmente porque nela estavam "todos os meus livros do Saramago"... achei surpreendente aquela revelação, que só se torna compreensível por se tratar de alguém verdadeiramente mergulhada no mundo das letras...em sua mala, claro, não poderiam faltar aqueles livros, mesmo que sua ausência do país não fosse tão longa. Quando se ama os livros é preciso tê-los à cabeceira e, muitas vezes, é preciso que sejam do mesmo autor...

A morte de alguém que se admira é sempre sentida. É como se desejássemos que não houvesse nunca a ausência da carne e do osso, mesmo sabendo que o que nos capturou foi a alma, e que essa fica eternizada, presente em sua obra.

Aguardo, com expectativa, a estréia de "José e Pilar"... na tela, a história de amor de Saramago.

Saramago, sempre bem vindo...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dois gigantes

...me embalando nesse início de novembro, enquanto janeiro não vem...