“Mãe, tô com medo”...
...desde janeiro ouvindo, vez em quando, essa frase...
Do lugar de mãe tento resolver. Difícil...às vezes passa, às vezes não.
Hoje, às 6, ele apareceu na porta do quarto. O mesmo apelo, o jeito de criança que pede colo.
Também sinto vontade, às vezes, de dizer a mesma frase...
...medo de tantas coisas que assombram nossa vida de adulto. Minhas sobrinhas, que tanto amo, perderam a babá que há oito anos existia, amorosamente, em suas vidas.
Nem era mais “babá”, mas era alguém que cuidava delas e do meu, quando ele ia de férias pra Brasília. Iam juntos pro parquinho da quadra, Tia Ana inventando brincadeiras, levando a sacola de surpresas, levando seu humor constante que enchia a casa quando ela estava presente. Aliás, custei um pouco a me acostumar com seu jeito debochado. Mas acostumei. Com esse desfecho, ainda não. A tal história do coração que nunca deu sinal de nada de errado e que, quando dá, não tem mais jeito.
Disso, eu tenho medo... foi assim que perdi meu avô, sem tempo nem pra me despedir, quando seu coração parou pra sempre, deixando-me desolada...
As meninas estão lá, tristes que dói... Acho que o medo do meu menino, no meio da noite, vai aumentar, com essa notícia.
E eu tenho que disfarçar meus medos, pra dar coragem pra essas minhas crianças seguirem o caminho sem Tia Ana por perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário