Nem me lembro da primeira letra que ouvi...mas de uma coisa me lembro bem: depois que encontrei as letras pelo meu caminho, nunca mais parei de brincar com elas. Brinquei tanto que acabei tendo que arrumar um baú para guardá-las, senão poderia perdê-las espalhadas pelo mundo, e isso não ia ter a menor graça.
Acho que guardaram o baú pra que eu parasse de brincar e começasse a estudar, depois que cresci um pouco. Cresci, estudei, formei, namorei, casei, e todos os "ei" que a gente faz pela estrada a fora...ah...mãezei também...e trabalhei, porque no nosso mundo ninguém pode ficar só pensando, o que às vezes é uma pena.
Mas aí aconteceu uma coisa muito engraçada. Um dia entrei no quarto do meu filho, olhei pra o baú de brinquedos dele e me lembrei que eu tive um. Depois disso não pude fazer mais nada até encontrá-lo. E não é que o encontrei? Bem escondido, porque eles não queriam mesmo que eu me perdesse no meio de tanta letra.
Sabem o que eu fiz quando o encontrei? Levei-o pra casa e, trancada no meu quarto, abri a tampa bem devagarzinho. De repente saiu a primeira letra. A "prima", como dizem em italiano. E de posse da primeira letra procurei a segunda, a terceira, e foi saindo tanta letra que não ia mesmo caber tudo no meu quarto. Então resolvi criar um canto pra elas ficarem soltas por aí, já que não dava pra trancá-las de novo no baú.
Agora que acabei de criá-lo, vou poder brincar com elas de novo. O que vai acontecer ainda não sei. Acho que vou descobrir com o tempo.
Mas de uma coisa eu sei. O nome do canto ficou "Prima letra"... foi um jeito que arrumei de batizar a primeira letra que teve coragem de sair do baú e me olhar pedindo pra vir ao mundo. Tomara que a gente, eu e as minhas letras guardadas da infância, possamos nos divertir muito por aqui!
Que esta realmente seja a "prima" de tantas outras! Adorei! Bjos, Renata
ResponderExcluirObrigada, Nana. Seja bem-vinda.
ResponderExcluirJuliana, olha lá a promessa feita de não abandonar o primeiro emprego. Parabéns pelo blog. Acho que não faltará assunto; já que cabe tudo, é só manter o pique e ir escrevendo. Augusto
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