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O bloco nem saiu da praça e ela parecia mais nervosa do que nunca, sentindo o corpo esquentar por causa da fantasia que inventou de vestir...queimando por dentro, percebeu o rosto corar quando ele virou a esquina...há meses esperando revê-lo ali, pra poder viver o sábado de carnaval mais desejado do mundo, desde que se esbarraram numa festa da cidade e falaram sobre o carnaval... “você vai, não vai?” Ele perguntou ao final da noite...e se prometeram aquele encontro...mas como ter certeza de alguma coisa quando se tem 20 anos? Prometer, pro dia seguinte, já é tempo demais...meses, então, só mesmo com muito desejo...
Fingiu não reconhecê-lo, esperando que ele desse passos decididos em sua direção...mas nem bem os passos se iniciaram, ele foi cercado por amigos que foram logo lhe vestindo a camiseta, dando-lhe cerveja, desviando-o de um caminho dado como certo...
Ela não acreditou na cena... “viu, sua boba, perdeu a hora, e agora vai perder a tarde toda, porque dali ele não sai mais”, pensou, desolada.
Andou a procura de uma amiga que chegava, disfarçando a falta de graça, quando sentiu em seu braço a certeza de que nada estaria perdido... “aonde você está indo, menina? Não me viu chegar?”...sem esconder o sorriso de pura felicidade, aceitou o abraço oferecido e respondeu, sem mentir... “esperei pra ver se você se lembraria de mim...”
“de nós, você quer dizer”...então ele lhe tomou as mãos e assim permaneceram por todo o trajeto, da Praça Cairo à Leopoldina...
O ar do bairro prometeu amor aos dois... mais um casal naquela praça, naquele bloco, naquela tarde de carnaval, pelas ruas da cidade...
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