segunda-feira, 11 de março de 2013

...e assim vem o amor...

Eu já havia me preparado pra iniciar meu sono ontem, quando encontrei um escrito tão belo e tão "amor de cada um", que não resisti a viajar pelas linhas do texto do Leonardo Lellis...e como eu o adorei, li e reli, não resisti ao desejo de compartilhá-lo aqui, no Prima Letra...esse escrito amoroso que nos faz pensar que o amor é, sim, de cada um...e que pra cada um ele vem de um jeito...às vezes sem aviso, em outras após longa espera, de jeito disfarçado, proibido, declarado, escondido, revelado, enfim, inúmeras combinações que os casais vão desenhando, cada um com sua história pra contar...

...e assim veio esse amor, o do Leo, misturado às lembranças da inocência da infância, tempos em que a gente acredita, de verdade, que saberá o futuro antes mesmo de conhecer quem vai roubar o nosso olhar...que sejam felizes, o Leo e a Naiara!...e que seus filhos também possam redescobrir brincadeiras que os tempos modernos insistem em apagar...




                                                                foto: Leonardo Lellis



"Eu tinha pouco mais de sete anos quando minha querida prima e fiel companheira das melhores aventuras infantis, Virginia, me ensinou uma brincadeira dessas para se fazer nos dias monótonos em que a chuva nos obrigava a passar o dia inteirinho dentro de casa em Itabirito, BH, ou na Fazenda do Vovô Ninico.

Era algo bem bobo, mas que eu me lembro até hoje como era feito: pegava-se um papel e caneta, fazia-se um quadrado e alguns traços que deveriam ser preenchidos conforme algumas respostas.

As perguntas pareciam bastante simples àquela época: "Com quantos anos você quer se casar?"; "Com quem quer se casar?"; "Quantos filhos quer ter?" e "Onde quer morar?" A única parte que não respondíamos e já era pré-estabelecida era aquela que determinaria nossa vida financeira em "rico", "pobre" ou "milionário".

Recordo-me de ter feito aquela brincadeira mais de uma vez, o resultado era quase sempre confortante: "você se casará com fulaninha, será apenas rico, terá três filhos e morará em Nova York." Única preocupação à época era se saísse que seríamos pobres. Poxa, tudo menos pobre! Eu até aceitava casar com a beltraninha quando preferia descaradamente a fulaninha ou até mesmo a sicraninha, mas pobre!? Aí era sacanagem...

Enfim, hoje me lembrei desse jogo porque de uma maneira ou de outra, eu acho que eu me casei ontem (09 de março de 2013). Digo "eu acho" não por desdenhar da instituição casamento, muito menos por ser avesso a celebrações (pelo contrário), mas é porque se daqui a 20 anos me perguntarem: "e aí, quanto tempo vocês estão casados?" o Leo do futuro responderá sem pestanejar: "olha, nós namoramos há 25 anos mas, casados mesmo a gente conta a partir do dia que recebemos as chaves do primeiro apartamento que moramos juntos".

Acho que essa resposta frustraria aquele Leo de sete anos. Mas, meu querido eu do passado, a vida é por demais fascinante e complexa para se resumir em um pedaço de papel. De todas aquelas perguntas que você cuidadosamente respondia, a única que realmente importa é com quem você quer estar (se casar)!? E quanto a isto, não se preocupe, em vinte anos, em uma noite completamente despretensiosa, você esbarrará em um diamante e, ainda que neste dia seus sentidos não estejam completamente afinados, você ouvirá dentro de si uma voz dizendo: "é ela".

E será ela mesmo, Naiara, que lhe encantará com sua doçura, bondade, delicadeza, inteligência e tantas outras qualidades que te instigarão você querer ser sempre o melhor Leo que ela e o mundo mereçam.

Confesso que das outras perguntas eu não tenho certeza de nada. Não sei se terão filhos, nem se serão ricos, pobres ou milionários, mas quanto aos pormenores, não se preocupe, a vida, com um sorriso, responderá a nós (Leo do passado e do presente), tudo na hora certa."

(texto de Leonardo Lellis, 10/03/2013)*



*gentilmente cedido a essa contadora de histórias sobre "O amor de cada um".