sábado, 13 de agosto de 2011

Ao encontro


E naquela manhã acordou sem saber ao certo se havia sonhado com ele, que já havia partido há meses, ou se ele realmente estivera em seu quarto, trazido pela luz dourada que ainda deixava sinais pela fresta da janela...

O coração tornou-se pesado e começou a chorar...choro de dor, de mágoa, pela partida precoce de alguém tão amado...

Como fazer pra que essa dor passe? Era a pergunta de todos os dias quando se sentia obrigada a acordar...relutava por horas a abrir os olhos. Sabia que teria que enfrentar toda aquela realidade confusa que preferia esquecer, apesar do vento que empurrava as folhas do calendário diariamente e fazia o tempo passar...mas dor nem sempre passa com o tempo, era a resposta que se transformara em repetição, quando a visitavam pra lhe consolar.

Aquela manhã se apresentou com a diferença do encontro. Nunca antes ele havia voltado, nem em sonho, nem nas visitas aos locais onde diziam que ele mandaria mensagens, nem em nenhum outro lugar.

Resolveu não dizer nada pra ninguém, já que conhecia o olhar de descrédito que lhe lançariam...vestiu-se com esforço, abriu as janelas, deixou entrar ar no quarto que permanecia mais fechado que aberto e percebeu, ao encontrar a luz do sol, que ele estivera ali pra lhe dizer que o melhor era que ela voltasse a viver. Só assim ela poderia verdadeiramente reencontrá-lo.