sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Topo Gigio, a Chuva e o Ano Novo

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Esse ratinho simpático é uma das lembranças mais antigas que tenho da infância.
 
Eu tinha menos de 6 anos quando tentava escapar das regras de casa, ao permanecer acordada pra ver o Topo Gigio entrar na tela da TV, na companhia de Agildo Ribeiro. Nessa época meu pai dava plantão no hospital, em algumas noites, e eu enrolava minha mãe com aquela voz de criança, com jeito de quem não ia desistir de ver seu programa favorito - “deixa, vai, só um pouquinho...” Ela se rendia e eu ia dormir feliz, depois de ter me divertido com os dois. Nunca entendi porque o programa era à noite, se aquele ratinho era coisa de criança, ou não seria isso?

Ontem um garotinho de 6 anos me disse que “a diferença entre o mundo das crianças e o nosso é que eles têm muita imaginação, e que nós, adultos, pensamos muito sério sobre as coisas”.

Acordei hoje com o barulho dessa chuva que vem, vai e volta, e me lembrei logo do que ontem ele me disse. Uma pena mesmo a gente perder coisas da infância, principalmente as que tornam tudo mais fácil com a magia e a imaginação.

Então resolvi brincar um pouco pra me despedir do ano que já está indo embora e esperar 2011 chegar. Sei que hoje tem muita gente torcendo pra chuva não estragar a festa de Réveillon, inclusive eu. Mas, e se a gente imaginar que nessas gotas que não param alguém lá de cima está mandando uma essência pra melhorar o mundo em 2011? E se nelas existir uma mágica que vai tornar a vida menos violenta, menos egoísta, mais calma e tranqüila, com mais harmonia entre os povos, e nos tornar mais felizes? Dá pra imaginar? Eu já estou até querendo que a chuva se prolongue um pouco, pra gente começar a sentir esses efeitos logo, antes da meia-noite.

Então? Dá pra brincar de faz-de-conta? Ou meu amiguinho acertou, quando me disse que a gente perde isso? Adoro estar entre crianças...com o jeito simples de pensar sobre temas complicados elas nos mostram, muitas vezes, que nada é tão complicado assim. Basta usar um pouco a imaginação. Ah, e o coração também. Porque, afinal de contas, pra ser feliz a gente tem que desejar, se esforçar pra isso, e manter o coração batendo forte pra não perder a emoção que a vida nos traz.

Então, Feliz Ano Novo pra todos nós! Por via das dúvidas, eu vou levar pra minha noite um frasco vazio pra recolher umas gotas da chuva, se ela não parar. Quem sabe nelas vão estar mesmo o que a nossa imaginação inventar?

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Amigo oculto é pra essas coisas

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 .pra gente descobrir delícias por aí:


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O cara

Esse é o cara!


http://augustonobuteco.wordpress.com/2010/12/23/231210-a-epopeia-de-augusto/

Pra Theo e Rosa

Todo Natal tinha que ter
brinquedo, abraço de Vô e de Vó, família grande,

alegria, criança, e uma mágica pra gente voltar àquelas noites da infância...

...eu me lembro, com a maior das saudades, de atravessar a cidade pra ir à Pampulha passar as melhores noites da minha vida, quando dezembro trazia "a felicidade...pra você me dar..."


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

...de barulho, medo e desejo

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...não sabia mesmo o que iria encontrar pela frente, por isso começou a respirar lentamente, pra disfarçar o medo que invadia seu coração...

...desde a madrugada, quando começou a ouvir aqueles barulhos estranhos, pensou em se esconder e não sair mais daquele lugar, porque aí ninguém saberia que ela estava ali dentro...

...pensou que se contasse até 60 várias vezes não iria perder a noção das horas... mas se perdia sempre e tinha que começar de novo, então, desistiu...

...o barulho tinha começado na casa vizinha... foi quando acordou...agora, parecia ser dentro da sua casa...e ninguém se mexia lá fora, nada de ouvir palavras em voz conhecida e isso só aumentava seu medo...

...pra onde foram todos, então? Pensou ter sido abandonada e custava a acreditar que a mãe teria essa coragem, tamanho o amor que sentia ser o dela...

...ficou tanto tempo encolhida que parou de sentir suas pernas e teve medo de nunca mais andar...foi o que fez com que ela resolvesse se mexer e sair do esconderijo...

...quando ficou de pé e balançou seu corpo pra ver se estava ainda viva, pensou que tudo aquilo não tivesse acontecido e que ela pudesse ter imaginado todos os barulhos lá de fora...tinha escutado história de bruxa na noite anterior, e a mãe já tinha falado com ela que essas histórias aumentam a imaginação da gente...

...tomou coragem e foi olhar pra fora do quarto...

...tudo escuro, só uma luz na sala, debaixo da árvore...

...o medo foi e voltou... afinal, quem colocou ali aquela luz?

...andou bem devagar e se aproximou da árvore... a luz vinha do telhado até o chão, onde havia uma caixa prateada com seu nome...

...fechou os olhos e pensou se deveria abrir... isso nunca acontecera antes, na árvore da sua casa só colocavam cesta de alimentos diferentes, todo ano, e eles agradeciam sempre por isso, porque podiam comer melhor naqueles dias...

...pensou que se seu nome estava ali, era a dona da caixa e tinha permissão pra abrí-la, e assim o fez...

...o rosto iluminou-se com o que viu, e o coração bateu bem mais forte do que os outros anos...a avó tinha razão...pela primeira vez colocou uma carta no correio pra ver se o Papai Noel mandava outra coisa além da cesta, mas nunca achou que seria atendida...mas ali estava a boneca mais linda que ela já vira, em todos esses tempos dos seus 7 anos...

...agradeceu baixinho e na maior felicidade tomou posse da filhinha que acabara de receber... entendeu, então, o barulho todo que escutou antes...era do seu desejo, prestes a se realizar, iluminando sua noite de natal...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dezembro, então...

"Procuro uma alegria
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é vôo de um pássaro
é uma canção"
                                 Carlos Drummond de Andrade
(Dezembro de 1968)